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Força em Tempos de Angústia
Poder Cotidiano - #050

“O Senhor é bom, é fortaleza no dia da angústia; e conhece os que nele se refugiam.”
Naum não é um profeta muito lido em devocionais, mas sua mensagem é urgente. Ele escreve contra Nínive, a capital da Assíria, conhecida pela violência e arrogância que esmagavam nações inteiras.
O capítulo um é quase uma tempestade: fala da ira de Deus, do Seu poder devastador contra os ímpios e da certeza do juízo. Porém, em meio a esse cenário de destruição, surge uma declaração surpreendente: “O Senhor é bom…”.
Esse versículo é como uma janela aberta em um quarto escuro. Ele mostra que, mesmo quando Deus parece demorar executar juízo sobre os opressores, Seu povo pode descansar na bondade, na força e no cuidado d’Ele. Esta é uma afirmação densa de fé, esperança e transformação.
A bondade de Deus
A primeira afirmação do verso é direta: “O Senhor é bom”. Esse é o ponto de partida. No texto hebraico, a ideia não é apenas de ausência de mal, mas de uma bondade ativa, que se manifesta em ações concretas em favor dos Seus. A bondade de Deus é inseparável de Sua Aliança: Ele é fiel ao que prometeu e age em coerência com Seu caráter.
Essa bondade não depende do humor humano ou das circunstâncias externas. Enquanto os deuses pagãos eram vistos como imprevisíveis, caprichosos e, muitas vezes, cruéis, o Deus de Israel é consistentemente bom. Isso significa que podemos confiar nele mesmo quando as notícias ao redor são ruins.
Quando enfrentamos pressões na família, no trabalho, instabilidade econômica ou crises emocionais, lembrar que Deus é bom nos ajuda a manter uma postura crítica diante das falsas promessas do mundo.
Quantas vezes somos seduzidos por narrativas de que “seremos felizes” se tivermos mais consumo, mais status ou mais controle? Naum nos lembra que a fonte real do bem não está em conquistas humanas, mas no caráter imutável de Deus.
A fortaleza no dia da angústia
O texto segue dizendo: “Ele é fortaleza no dia da angústia”. A palavra usada aqui indica um refúgio sólido, uma fortaleza inacessível ao inimigo. Não é apenas uma fuga emocional, mas uma estrutura que sustenta.
Esse “dia da angústia” não é eventual, mas esperado: todos nós passaremos por ele. O povo de Judá vivia cercado por ameaças externas, mas Deus se apresenta como uma fortaleza inabalável. A imagem é de um castelo impenetrável em meio à guerra.
Na vida prática, isso significa que não precisamos depender da autossuficiência. A sociedade valoriza a ideia de que cada um deve ser sua própria fortaleza, mas o Evangelho nos lembra que a força verdadeira vem de fora de nós. Essa consciência gera motivação para enfrentar crises sem sucumbir ao desespero, porque nossa energia não depende de nossos recursos limitados, mas da sustentação de Deus.
O conhecimento dos que nele se refugiam
O versículo termina com uma promessa íntima: “Ele conhece os que nele se refugiam”. O verbo “conhecer” na linguagem bíblica do Antigo Testamento, é muito mais do que informação: é relacionamento, é cuidado. Aqui o “conhecer” também está lincado à ideia de Aliança. Deus não apenas sabe quem confia nele, mas se envolve com esses, cuida, protege e guia.
Essa verdade é libertadora no campo do desenvolvimento humano. Uma vez que o nosso valor não é medido pela nossa performance, pelos nossos títulos ou pela comparação com os outros. Somos conhecidos e reconhecidos pelo próprio Deus.
Essa identidade sólida nos protege contra a pressão de viver para agradar padrões externos. É justamente esse conhecimento amoroso de Deus que possibilita verdadeira transformação pessoal: só quem se sente amado e seguro pode mudar de dentro para fora.
O versículo se torna então, um tripé para a vida cristã. Porque a fé se expressa em confiar na bondade de Deus quando as circunstâncias são adversas. A esperança nasce da certeza de que Ele é fortaleza, mesmo nos dias mais sombrios. E a motivação para continuar vem do fato de que somos conhecidos e cuidados por Ele.
Essas verdades não são apenas devocionais, mas também têm impacto direto em como lidamos com nossas escolhas e desenvolvimento. A fé não é alienação, mas base crítica para discernir entre promessas vazias e esperança verdadeira.
A esperança não é ilusão, mas a convicção de que Deus age na história. A motivação não vem da pressão de ser mais produtivo, mas da confiança de que em Cristo temos tudo o que precisamos para crescer em sabedoria e caráter.
Naum apontava para um Deus que protege Seu povo do juízo contra Nínive. No Novo Testamento, vemos essa promessa cumprida em Cristo. Ele é a fortaleza definitiva, Aquele que enfrentou o “dia da angústia” supremo na cruz para que pudéssemos ter refúgio eterno. Ele é o Bom Pastor que conhece Suas ovelhas pelo nome, dá a vida por elas e nunca as abandona.
Refugiar-se em Cristo não é fechar os olhos para a realidade, mas abrir os olhos para a verdadeira realidade: no Senhor, há bondade, força e cuidado suficientes para enfrentar qualquer crise. Que assim seja com você!
📩 Até Segunda!
Com a força do SENHOR,
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